Roberto era um jornalista frustrado como tantos outros. Sonhava “mudar o mundo, escrever artigos do caraças”, mas falhara em tudo. Chegara a escrever alguns textos e mesmo a publicar um livro, mas como diria o cineasta que lhe deu origem, “toda a gente cagou para aquilo”. Para “não escrever mais”, decidiu fugir para o Alentejo e começa a trabalhar numa quinta.

Esta é a história de Roberto, mas poderia ser a história do seu criador, José Oliveira. Se juntarmos algumas visitas mensais à família, retirarmos a fuga para o Alentejo e substituirmos o jornalismo pelo cinema, claro. Bracarense de gema e criado em S. Mamede de Este, José prepara-se para lançar as suas duas primeiras longas-metragens. “Os Conselhos da Noite” é uma delas. Nas palavras do cineasta, este é um filme no qual a cidade de Braga “é quase uma personagem”, redescoberta por Roberto, o protagonista.