Luis Sepúlveda não resistiu à infecção pela Covid-19. Dois meses depois de ter sido infectado com o Coronavírus, o escritor chileno morreu no Hospital Universitário das Astúrias, em Oviedo, Espanha, onde se encontrava internado. O autor de obras como “As Rosas de Atacama” e “O Velho que Lia Romances de Amor” tinha 70 anos. Este último livro deu origem a um filme de Rolf de Heer.

Luis Sepúlveda Calfucura nasceu na cidade chilena de Ovalle a 4 de Outubro de 1949. Filho de um militante comunista e de um enfermeira de origem mapuche, o escritor nasceu aquando da fuga dos seus pais à polícia, motivado pela não aceitação do casamento pelo seu avô.
Auto-descrito como “profundamente vermelho“, Luis Sepúlveda começou a militar na Juventude Comunista da Chile aos 15 anos. O seu primeiro livro, uma colectânea de poemas foi publicado dois anos depois. Esta obra viria a abrir portas para a sua carreira no jornalismo, quando um repórter do Clarín o contratou como redactor policial.
Em 1969 publicou o seu primeiro conjunto de contos, “As Crónicas de Pedro Nadie“. Devido à sua atividade política, o golpe militar de Augusto Pinochet, em 1974, conduziu à sua detenção. Em 1977, a pena de 28 anos de prisão foi comutada para oito anos de exílio. A deambulação por diversos países acabaria em 1997, ano no qual se estabeleceu no concelho asturiano de Gijón. Sepúlveda foi um dos fundadores do Salão do Livro Iberoamericano de Gijón, celebrado todos os anos na segunda semana de Maio.
Originalmente publicado a 16 de Abril de 2020 na Vila Nova Online