A viagem (incompleta) do Lugre
Em 2020 celebram-se os 100 anos do nascimento de Bernardo Santareno. João Mota não poderia deixar esta efeméride passar incólume. O famoso encenador do Teatro A Comuna estava decidido a realizar a obra do dramaturgo escalabitano. Embora “preferisse encenar outra peça”, a escolha caiu sobre “O Lugre”. O Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana (TN-CDV) surgia como um dos lugares de eleição para a mostrar ao público.
Porém, a tormenta enfrentada pelos pescadores nesta peça passou do papel para a realidade. Com as datas iniciais de 17 e 18 de Março, as audições para a peça tiveram de ser adiadas quando a autarquia vianense decidiu encerrar o Teatro Sá de Miranda. Com o prolongamento do Estado de Emergência, “nem em meados do mês de Abril foi possível realizá-las”, aponta Ricardo Simões, o director artístico do TN-CDV.
A estreia do espectáculo estava prevista para Junho, com os ensaios a começarem em Maio. Será possível solucionar este problema? Nas palavras do próprio João Mota, “já não vale pena”.
Quem quiser na mesma ver a representação do “Lugre”, terá de se dirigir ao Teatro da Comuna, em Junho deste ano. O centenário de Santareno será celebrado em conjunto com os 48 anos da companhia de teatro lisboeta.
Originalmente publicado a 31 de Maio de 2020 na Vila Nova Online e em formato shorthand.
Pedro Maia Martins 