“Os meus sonhos são muito banais”

San Francisco era uma cidade assolada pela SIDA. A epidemia levara a vida de várias pessoas próximas, entre elas Jerry, o irmão do meio do escritor, o seu Lázaro, a inspiração para a sua última obra. Queriam deixar a tristeza para trás e começar uma nova vida, “num lugar onde ninguém falasse da doença”.

Richard e o seu irmão, Jerry. @ D.R./Revista Pessoa

O convite para Quintanilha lecionar Física no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) abriu as portas à sua vinda. A residência na Foz do Douro acabou por se alargar à Avenida de Roma, em Lisboa, quando o professor do ICBAS foi eleito deputado à Assembleia da República. “Hoje passamos 4 a 5 dias por semana na capital”, afirma.

O físico não esconde as dificuldades dos dois primeiros anos. “Portugal era um país muito fechado. Várias vezes pensamos em voltar”, afirma. Richard ainda não vê o país como algo perfeito. “Ainda há corrupção, desigualdade e muita dificuldade em cumprir horários”, afirma o escritor. A demora dos portugueses a aceitar a igualdade entre casais hétero e homossexuais foi uma das suas maiores provações. Mas Zimler admite que nunca sofreu homofobia na “Califórnia europeia”, ao contrário dos Estados Unidos. “Eu perdi muito amigos quando saí do armário. Cheguei a ser despedido da Chevron” relembra. O próprio pai, Robert, desmaiou quando o filho assumiu a sua homossexualidade. “Ele ficou mais calmo perto do fim da sua vida, em 1990”, mas o escritor recorda o seu progenitor como “um homem pouco dado a afinidades com outras pessoas”.

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